É lendo que se aprende estudando que vamos longe..
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Introdução de Análise do Discurso

O que se pode dizer em determinada é época e lugar social, segundo condições específicas de produção determinadas historicamente.

- Uma FD nunca é homogênea, constitui-se por diferentes discursos que se entrecruzam em um dado momento da história, estabelecendo certa regularidade.


Uma formação discursiva caracteriza-se pela existência de um conjunto semelhante de objetos e enunciados que os descrevem, pela possibilidade de explicar como cada objeto do discurso tem, nela, o seu lugar e sua regra de aparição, e como as estratégias que a engendram derivam de um mesmo jogo de relações (FERNANDES, 2005, p.55).





A noção de MEMÓRIA DISCURSIVA não diz respeito a nossas lembranças do passado, a recordações individuais.  Trata-se da memória social materializada em discurso.
A estruturação do discurso vai constituir a materialidade de certa memória social (PÊCHEUX, 1999, p.11).


       Lugar de mulher é na cozinha.  
Lugar de mulher é pilotando fogão.

                                                  AD: Três ÉPOCAS


A MAQUINARIA DISCURSIVA:
Os discursos eram compreendidos como homogêneos e encerrados em si. Entendia-se que os discursos produzidos, em determinadas condições históricas, pertenciam a determinada formação ideológica (por exemplo, o discurso religioso, o discurso comunista, etc), sem levar em conta o entrecruzamento dos discursos, sua heterogeneidade.


O SUJEITO ASSUJEITADO:
Compreendia-se que o sujeito era interpelado ideologicamente pelo discurso, mas com a ilusão de ser a fonte dos sentidos que produzia. Essa noção de interpelação ideológica do sujeito foi apropriada por Pêcheux a partir das postulações de Althusser.


AS FORMAÇÕES IDEOLÓGICAS CONDICIONAM AS PRODUÇÕES DO DISCURSO:
Acreditava-se que as condições de produção do discurso eram determinadas pelas formações ideológicas do sujeito e, desse modo, eram estáveis e homogêneas.


AD2: a segunda época da AD


ABALOS NA NOÇÃO DE MAQUINARIA DISCURSIVA:
O conceito de FORMAÇÃO DISCURSIVA é tomado de empréstimo da obra de Michel Foucault e coloca em xeque a noção de maquinaria discursiva.

Uma FD é constituída de outras formações discursivas, de elementos que vêm do seu exterior, portanto o entendimento de uma maquinaria discursiva homogênea e fechada em si oscila como categoria de análise.

INTERDISCURSO:
Diferentes discursos entrecruzados no interior de determinada FD. A presença desses discursos advém de diferentes lugares sociais e de diferentes momentos da história.

INTRADISCURSO:
O sujeitos quando imersos em dada FD se reconhecem entre si, havendo coincidência entre seus dizeres. O intradiscurso é o “fio do discurso”, aquilo que se está dizendo em dado momento.


AD3: a terceira época da AD

DESCONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE MAQUINARIA DISCURSIVA:
Se a noção de maquinaria discursiva já sofria oscilações, na sua terceira época, a AD é impelida a descontraí-la. A noção de heterogeneidade no discurso é definitivamente incorporada, de modo que o pressuposto da homogeneidade das condições de produção do discurso é descartado.

A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA

As novas reflexões produzidas no interior da AD desconstroem a percepção de que as condições de produção do discurso são homogêneas. Comprova-se que toda FD é constituída pelo entrecruzamento de diferentes discursos, de maneira que o discurso nunca é um bloco homogêneo, fechado em si mesmo, mas atravessado pela divisão e pela contradição. Estabelece-se o primado do outro sobre o mesmo.
                
AD3: a terceira época da AD

CONTRIBUIÇÕES DA NOVA HISTÓRIA

Chama-se Nova História um movimento de ruptura com a História tradicional, que privilegiava as grandes narrativas históricas, as estruturas fixas e seus movimentos de continuidade. Para a Nova História interessa pensar o acontecimento histórico, os movimentos de descontinuidade e a esfera do cotidiano.  Se a História tradicional privilegiou os “grandes homens”, tidos como protagonistas, as falas autorizadas e as esferas de poder; a Nova História deita os olhos sobre o cotidiano, buscando trazer para a narrativa histórica as falas marginalizadas, uma história contada não a partir das esferas do poder.

O discurso anônimo, o discurso cotidiano, todas essas falas esmagadas, recusadas pela instituição ou afastadas pelo tempo, o que dizem os loucos nas profundezas dos asilos há séculos, o que os operários não cessaram de dizer, de clamar, de gritar, desde que o proletariado existe como classe e tem consciência de constituir uma classe, o que foi dito nessas condições, essa linguagem a um só tempo transitório e obstinado, que jamais ultrapassou os limites da instituição literária, da instituição da escrita, é essa linguagem que me interessa cada vez mais (FOUCAULT, 2003, p.52).







sábado, 14 de maio de 2011

Resenha: Escritores da Liberdade

ESCRITORES DA LIBERDADE. Direção: Richard Lagravenese. Produção: Richard Lagravenese. Roteiro: Richard Lavagranese, Erin Gruwell, Freedom Writers. Elenco: Hillary Swank; Patrick Dempsey; Scott Glenn, Imelda Staunton; April Lee Hernandez; Kristin Herrera; Jacklyn Ngan; Sergio Montalvo; Jason Finn; Deance Wyatt. EUA/Alemanha, 2007. Duração: 123 min. Genero: Drama.

Resenhado por: Maryanne Peixoto Corrêa

Richard Lagravenese tem 48 anos, nasceu em 30 de Outubro de 1959 nos EUA, é produtor e tem vários longa metragem, como: P.S. Eu Te Amo em 2007; Paris Eu te Amo 2006; A década Under the Influencer 2003, e escritores da Liberdade em 2007.

Escritores da Liberdade é um filme classificado como gênero de Drama. O filme é baseado em fatos reais, estrelado pela atriz Hillary Swank, que vive a personagem da professora “Erin Gruwell”. A história se passa por volta do ano de 1992, onde a cidade de Los Angeles vive uma verdadeira guerra nos seus bairros mais pobres, causados por gangues que são movidos pelas tensões raciais.

É meio a este drama, vivido por adolescentes na faixa etária entre 14 e 15 anos que Erin Gruwell assume a sala de aula, cansada de sua rotina diária e desiludida em relação à vida profissional, que ela muda radicalmente de profissão dedicando-se a educação. A professora chega cheia de expectativas a sala de aula, imaginava que todos os alunos iriam corresponder ao seu modelo educacional,tornando-se frustrante os primeiros encontros, as brigas, os desencontros e as insatisfações são constantes na expressões dos alunos, simplesmente ela é ignorada a ponto de ficar sozinha na sala de aula.

Erin leva até a direção da Escola a dificuldade encontrada em sala de aula, e também é ignorada inclusive pela direção da escola. Mais Erin não desiste, chega à sala de aula com uma proposta de trabalho que se identifica com os alunos, fala com eles através da música, conhecer cada um deles, no primeiro momento os argumentos é bizarro, os questionamentos são ofensivos: “... o que você faz aqui? o que vai fazer não vai mudar minha vida...” Profundamente assustada a professora responde perguntado se vale a pena participar de gangues, e se serão lembrados pelas atitudes.

Nesse instante a primeira semente é lançada, cada um tem a oportunidade de falar de si próprio, de seus medos, suas angústias, suas mágoas e demasiada violência. Encontramos nestas cenas o que o autor Cipriano Luckesi em sua obra Avaliação da Aprendizagem Escolar, explica sobre a avaliação diagnóstica, as possibilidades que são dadas aos professores de evidenciar atributos que os alunos já possuem e identificar potencialidades dos mesmos para utilizá-los na estruturação do processo de ensino aprendizagem. É o que faz Erin com esta dinâmica de trabalho.

Ao manter este contato com alunos, e participando de forma ativa ao mundo deles, a professora conquista a confiança, desse modo passa etapa de superação das dificuldades, através da metodologia da escrita em diários, adota um projeto de leitura e escrita baseado no livro “O diário de Anne Frank”, todos os alunos leem o livro e a partir deste registram em seus diários tudo o que sentirem vontade de escrever a respeito da sua vida.

O respeito e autoconfiança são resgatados, a Senhora G como os alunos a chamam, apresenta uma nova realidade possível de transformação como aponta Paulo Freire em sua obra Pedagogia do Oprimido, os alunos saem da condição de marginalidade de oprimidos e iniciam no campo das possibilidades, ao lutarem pelos seus ideais, pelas suas conquistas ao enfrentarem os obstáculos, não mais com a violência, mais com o conhecimento.

Richard Lagravanese apresenta de forma bastante respeitosa as dificuldades que ainda em pleno século XXI acompanha a educação, ou seja, as mazelas da educação brasileira não são diferentes das mazelas norte Americana. Nossas escolas passam por dificuldades semelhantes, professores que tentam desenvolver trabalhos e são muitas vezes impedidos, não conseguem apoio da comunidade escolar, e muitas vezes não compactuam com as ideologias do sistema educacional, assemelha-se a este drama o filme Sociedade dos Poetas Mortos do autor Piter Weir em que professor também luta contra a foças do sistema educacional. Tornando-se muitas vezes um educador solitário. Saviani em Pedagogia Histórico-Crítica, fala que a educação se faz quando é significativa, ou seja, a escola tende ir ao encontro das necessidades, respeitar cada aluno, como cidadão dotado de seus direitos e deveres.

O filme Escritores da Liberdade traz na sua essência o resgate e a valorização a “Educação”, é possível ser um educador sem ser ditador, é um filme de fácil entendimento e que traz significativas abordagens no seu contexto. Recomendado ao público de graduação ou especialização em pedagogia, ainda a quem perceba na educação uma forma de autonomia e que, com a cultura e conhecimento têm-se bases para o que o mundo seja melhor e mais digno para todos.

 Graduanda em Metodologia do Ensino Superior pela UNINTES-Porto Velho. Graduada em Pedagogia-Universidade Federal de Rondônia-UNIR.
E-mail: maryannepeixoto@hotmail.com
Maryanne Corrêa
Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2008
Código do texto: T1173723
Poesia de Amor de Vinícius de Morais

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
Seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
Dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
Dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
Que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
Nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
Dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
Um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
Muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
Encontrem sem fatalidade
O olhar estático da aurora.