Oralidade e Letramento
1. Práticas sociais na civilização contemporânea: Fala e escrita.
1.2 Mais do que uma simples mudança de perspectiva, isto apresenta a construção de um novo abjeto de análise e uma nova concepção de língua e de texto, vista como um conjunto de práticas sociais.
1.3 A parti dos anos 80 operou-se esta visão e os estudantes das três décadas anteriores examinavam a oralidade e a escrita como elas sendo opostas.
1.4 Street (1984) chamou de ´´paradigma da autonomia`` , considerava-se a relação oralidade e letramento como dicotômica.
1.5 Hoje oralidade e letramento predomina-se a oposição como sendo atividades interativas e complementares no contexto das praticas sociais e culturais.
2. As línguas se fundam em usos, pois é através dos usos que é determinada a variação linguística e todas as suas manifestações.
2.1 Numa sociedade como a nossa, a escrita, enquanto manifestação formal dos diversos tipos de letramento é mais que tecnologia.
2.2 A escrita é derivada e a fala é primaria. A escrita não pode ser dita como uma representação da fala, porque ela não consegue reproduzir muitos dos fenômenos da oralidade, tais como a prosódia, a gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, entre outros.
2.3 Em contrapartida, a escrita apresenta elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o tamanho e tipo de letras, cores e formatos, elementos pictóricos, que operam como gestos, mímica e prosódia praticamente representados.
2.4 Hoje a questão tão discutida das comunicações escritas ditas´´sincrônica``, ou seja em tempo real a internet. Este ´´escrever`` tem até uma designação própria: ´´teclar`` .
2.5 A fala (enquanto manifestação da pratica oral) é adquirida naturalmente em contextos informais do dia -a- dia e nas relações sociais e dialógicas que se instauram desde o momento em que a mãe da seu primeiro sorriso ao bebê.
3. Praticas de letramento, isto é, um tipo de processo histórico e social que não se confundem com a realidade representada pela alfabetização regular e institucional.
3.1 A escrita é usada em contexto básicos da vida cotidiana: o trabalho, a escola, o dia-a-dia, a família, a vida burocrática e a vida intelectual.
3.2 Em cada um desses contextos, as ênfases e os objetivos do uso da escrita são variados e diversos.
3.3 Padrões de alfabetização: apropriação/distribuição da escrita e leitura do ponto de vista formal e institucional.
3.4 Processos de letramento: usos/papéis da escrita e leitura em quanto praticas sociais mais amplas.
4. Letramento, alfabetização e escolarização.
4.1 O letramento é um processo de aprendizagem social e histórica da leitura e da escrita em contextos informais e para usos utilitários, por isso é um conjunto de praticas.
4.2. Alfabetização pode dar-se, como de fato se deu historicamente, à margem da instituição escolar, mas é sempre uma aprendizagem mediante ensino, e compreende o domínio ativo e sistemático das habilidades de ler e escrever.
4.3. Escolarização é uma prática formal e institucional de ensino que visa a uma formação integral do indivíduo.
4.4. Na sociedade atual, tanto a oralidade quanto a escrita são imprescindíveis.
4.5. A escrita é um fato histórico e deve ser tratado como tal e não como um bem natural.
5. Oralidade versus letramento ou fala versus escrita?
5.1. A oralidade seria uma prática social interativa para fins comunicativos que se apresenta sob variadas formas ou gêneros textuais fundados na realidade sonora.
5.2. O letramento envolve as mais diversas práticas da escrita na sociedade e pode ir desde uma apropriação mínima da escrita.
5.3. Exemplo de letramento: Um individuo é analfabeto mas ele identifica o ônibus que deve tomar consegue fazer cálculos complexos, sabe distinguir mercadorias pelas marcas, identifica o valor do dinheiro etc..
5.4. A fala seria uma forma de produção textual-discursiva para fins comunicativos na modalidade oral, sem a necessidade de uma tecnologia além do aparato disponível pelo próprio ser humano.
5.5. A escrita seria um modo de produção textual-discursivo para fins comunicativos com certas especificidades materiais e se caracterizaria por sua constituição gráfica, embora envolva também recursos de ordem pictórica e outros.
6. A perspectiva da dicotomia estrita tem o inconveniente de considerar a fala como lugar do erro e do caos gramatical, tomando a escrita como o lugar da norma e do bom uso da língua.
6.1. Etnocentrismo, supervalorização da escrita e tratamento globalizante.
6.2. Etnocentrismo diz respeito a uma forma de ver as culturas alienígenas a parti da própria cultura e valorizar aspectos dentro de uma perspectiva em que se situa o autor.
6.3. A supervalorização da escrita leva a uma posição de supremacia das culturas com escrita ou até mesmo dos grupos que dominam a escrita dentro de uma sociedade desigualmente desenvolvida.
6.4. A perspectiva interacionista preocupa-se com processos de produção de sentido tomando-os sempre como situados em contextos sócio- historicamente marcados por atividades de negociação ou por processos inferenciais.
6.5. Aspecto relevante para a observação da relação fala e escrita.
7. A linga, seja na sua modalidade falada ou escrita, reflete, em boa medida, a organização da sociedade.
7.1. A escrita, por sua vez, pelo fato de ser pautada pelo padrão, não é estigmatizadora e não serve como fator de identidade individual ou grupal.
7.2. Uma primeira observação a ser feita é a que diz respeito à própria visão comparativa da relação entre fala e escrita.
7.3. Escrita impressão algo natural claro e definido. O contrário ocorre com a consciência espontânea que se desenvolveu a respeito da fala.
7.4. A hipótese que defendemos supõe que: as diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das praticas sociais de produção textual e não na relação dicotômica de dois polos opostos.
Universidade Federal de Campina Grande
Unidade Acadêmica de Letras
Componente curricular: Letras
Período: 2011.2
Aluna: Maria Betânia da Costa Ataíde
Professora: Socorro Paz
Fichamento do texto (Oralidade e Letramento)
Campina Grande 19/05/2011
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